segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Chacina no Barreirinha - A Vida por um gatilho

por João Carlos frigério

Na noite do dia 22, sexta-feira, aconteceu no Bairro Barreirinha uma chacina que vitimou 6 pessoas. Eu e o repórter Jota Pe fomos até o local e fizemos a matéria sobre a chacina, porém, devido as fortes chuvas, não deu para completar a matéria na noite.

No final da tarde de sábado, resolvemos retornar ao local. Ao chegar, nos deparamos com várias pessoas na rua, moradores, e no final da Rua Albino Blun, notei um rapaz suspeito e avisei o Jota, dizendo pra ficar esperto com o "nóia". Fomos descendo a rua e o "nóia" veio em nossa direção e perguntou de qual emissora nós eramos, e respondi que era do 190, foi quando ele sacou uma uma pistola, que deveria ser uma .40 ou uma 9mm e colocou na minha cabeça e dizendo que ia me matar e matar o Jota Pe. Ele foi nos empurando para o local da chacina e
dizendo que ia nos queimar, que nós viemos ali para denunciar o local como ponto de venda de drogas. Em um momento ele empurrou o Jota e apontou para a cabeça dele. Neste momento eu acreditei que ele fosse atirar. Foi quando começamos a implorar para que ele não fizesse isso, que eramos trabalhadores. Mantivemos a calma, para tentar contornar a situação e disse que estava ali para ajudar ele, o que ele precisava. Ele estava completamente fora de si, e continuou nos empurrando tentando nos levar ao local da chacina para nos matar. Quando chegamos na ponte, cerca de uns 20 metros do local da chacina resolvemos não ir mais para dentro, pois sabiamos que se passassemos da ponte, não teria mais retorno, foi quando achei que ele fosse nos matar ali mesmo. Eu então tentei acalmá-lo dizendo que nós estavamos indo embora e que ia deixar ele em paz, ele ainda muito alternado foi aos poucos cedendo, e disse que ia nos matar ali mesmo. Eu então disse que estava indo embora, que ia deixá-lo em paz, e fui meio que saindo foi então que ele cedeu e nos deixou ir xingando e ameaçando.

Não dei as costas para ele até chegar a uma distância segura, acelerei o passo e fui até o carro. O Jota Pe, veio mais devagar. Entramos no carro e saímos, não acreditando ainda que estavamos vivos. Sei que erramos, em chegar no local sem escolta policial, porém, só haviamos decidido sair do veículo caso o local estivesse seguro, e a imagem que passou era de segurança, já que haviam várias pessoas na rua. O que mais me assusta foi o fato de em menos de 24 horas após a chacina o local já esta dominado por traficantes. E a única certeza que tenho é que saí dali vivo graças a Deus.

João Carlos Frigério é repórter cinematográfico do 190 de Roberto Aciolli e editor do portal Pantão 190





João Carlos Frigério.

Jota P.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que cagaço hein cara, vi o desespero do jotape e o seu, depois falam que a pena de morte é injustiça, bem vindos a vida de novo.
Tozato