sábado, 25 de fevereiro de 2012

O amadorismo empurra a fotografia profissional para um encolhimento de mercado


Do blogue Tudo de  Fotografia

“Quando todos são amadores, não há espaço para o profissional.” Nesta frase há muita verdade. Não no sentido de ser, mas de estar. Título de uma matéria publicada originalmente no jornal New Yorque Times (texto de Stephanie Clifford) e reproduzida no jornal Gazeta do Povo, traz uma ponderação pertinente sobre o momento da fotografia. Ou melhor, o momento de quem vive e depende da fotografia.

Trata do abalo que o setor fotográfico sentiu na última década. Segundo opiniões, de um setor que não está sustentável. Que podem ser conferido na fala do fotógrafo Matt Eich, que vê o mercado degringolar. Ou no inverso, da oportunista Sharon Pruitt, que tira algumas fotos e envia para um banco de imagens.

Causas e efeitos
O texto analisa bem essa realidade. Ou seja, Amadores, contentes em receber pequenas quantias por cliques de crianças e paisagens, com a oportunidade de um dinheiro extra, mas estão diminuindo o valor pago a fotógrafos profissionais e deixando-os com opções de carreira limitadas. Os profissionais também sofrem porque revistas e jornais estão cortando gastos. “Há pouquíssimos fotógrafos profissionais que no momento não estejam sofrendo”, disse Holly Stuart Hughes, editora da revista Photo District News.

“Três forças coincidiram para isso: o declínio da publicidade, a popularidade e acessibilidade da fotografia digital e as mudanças no mercado de bancos de imagens”, destaca o texto do New Yorque Times

Dessa forma temos: no passado, as publicações menosprezavam os bancos de imagem e seus trabalhos não tão originais. No entanto, agora, os orçamentos enxutos fez reconsiderar a questão.

Outro: a evolução da fotografia digital fez com que a pessoa não precise mais ter conhecimentos profundos. Caso errou faz de novo até conseguir algo razoável. E mercadologicamente falando, uma enxurrada de fotos, obviamente, fez mudar a indústria. “A qualidade das imagens já prontas compradas é virtualmente indistinguível da qualidade daquelas comissionadas”, afirma Jonathan Klein, executivo-chefe da Getty Images, que ajudou a fundar a agência em 1995. “No entanto, o preço que é cobrado dos clientes é uma fração do que eles pagariam por uma imagem profissional”.

Por fim, estamos diante de uma questão do tipo “ser e estar”. Os amadores, na maior parte, estão felizes por receberem qualquer coisa pelas suas fotos. Qualquer "mixaria" é aceitável diante de um produto não pensado e feito a esmo que vá "sair publicado em algum lugar". A sensação de um dinheiro extra espanta o raciocínio lógico e de mercado.  

 “As pessoas que não precisam ganhar a vida com fotografia e a praticam por hobby não sentem a necessidade de cobrar um preço razoável”, opinou o fotógrafo Matt Eich.

A diferença
Nesse mar imagético, no tsunami de fotos digitais e do novo mercada de estock fotos, Katrin Eismann, coordenadora do mestrado em Fotografia Digital da Faculdade de Artes Visuais de Nova York, destaca que a grande diferença é que um fotojornalista sabe contar uma história e dar o ângulo necessário àquele fato.

Em contrapartida, não quer dizer que amadores não farão boas imagens, opina um entrevistado. Mas... Há ressalvas...

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Opine:
Você acha que a atitude do amador realmente fez o mercado da fotografia encolher e prejudica quem precisa realmente ganhar a vida com a fotografia?

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