quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Para fotógrafo da Gazeta do Povo, imagens ajudam a promover a "justiça social"

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Por Thiago Rosa/Redação Portal IMPRENSA

"O que mais me fascina na fotografia é o poder de igualdade e Justiça". Essa é a frase que motivou a trajetória profissional do paranaense Albari Rosa. Com mais de duas décadas dedicadas ao fotojornalismo - detalhadas em inúmeras publicações em veículos como Veja, Exame e Lance! - trabalha há 16 anos na Gazeta do Povo, de Curitiba. Ganhador do Prêmio Esso e Vladimir Herzog de Fotojornalismo, Rosa passa a vida a revelar os fatos, "colocando lado a lado ricos e pobres, mesmo que apenas na imagem".

Albari Rosa

Rosa começou a carreira na extinta sucursal da revista Veja de Curitiba, no final da década de 80. Auxiliado pelo premiado fotógrafo Nani Góis, deixou de lado os diversos trabalhos esporádicos que exercia e encontrou estímulo na arte. "Na Veja foi que eu tive meu primeiro contato com a fotografia, e acabei me apaixonando. Quando eu ganhei minha primeira remuneração pensei: É isso que eu quero fazer da vida".

Albari Rosa

Saído da regional da revista de maior publicação do país, Rosa começou a encontrar mercado na fotografia. De lá, trabalhou como freela em diversas publicações do país e foi fotógrafo do departamento de comunicação da Prefeitura de Curitiba. Do início da carreira, aprendeu não só a profissão, mas também a adquirir um sentimento nostálgico e crítico em relação ao setor. "Na minha época, o mercado aqui era diferente. No Paraná tinha a Agência Estado, sucursal da Veja. E o salário de freela nessa área era semelhante ao piso de jornalista. Dava para sobreviver com isso".

Albari Rosa

Em 1993, foi incorporado à equipe do jornal Gazeta do Povo, do Paraná. Em meio aos trabalhos factuais, também participou de projetos especiais do veiculo. Entre 2004 e 2005, ao lado do repórter Mauri Konig, percorreu sete estados brasileiros para denunciar um problema crônico e até hoje em vigência no país: a exploração sexual de menores. O relato das rotas do crime, visualizadas em mais de 66 municípios, incluindo os fronteiriços, foi condecorado com o Prêmio Tim Lopes de Investigação Jornalística, em 2004.

Albari Rosa

Durante a premiada série de reportagens, Rosa passou por ameaças e aprendeu artimanhas para evitar a retaliação dos criminosos. "Em uma das ocasiões, comecei a fazer fotos e um cara me deu uma gravata. Tive que disfarçar que estava bêbado, que tinha comprado a câmera no Paraguai. Eles praticamente chutaram a gente de lá", declarou Rosa. "Em situações como essa, você não tem margem de segurança. Ela está na sua cabeça".

Albari Rosa

Ainda em 2004, a parceria com Konig gerou outra publicação de grande repercussão no país. Ao passar pela zona rural de Mangueirinha, cidade da região sul do estado, flagrou o flagelo de uma família, vivendo em um barranco às margens da rodovia PR-281. O chocante retrato do garoto Luís Gabriel, com os pés infectados pelo popular "bicho-de-pé" causou comoção social. "Foi uma publicação contestada, o Roberto Requião ficou consternado. A série serviu para mostrar que a realidade daquela família simbolizava um retrato de que existe miséria no Paraná, ao contrário do que o governador afirmava".

A série de reportagens, intitulada "Devorados pela Miséria", obteve o Prêmio Esso Regional Sul de 2004. A publicação, surgida ao acaso, ajudou a mudar o panorama local.

Albari Rosa

"Cinco anos depois, a gente descobriu que a família estava morando em uma casa de alvenaria, cedida pela Prefeitura. O Gabriel, com dez anos, tinha ganhado uma medalha no futebol. Na época da reportagem um médico, ao olhar a imagem, chegou a dizer que se o garoto não fosse tratado, corria sério risco de ter que amputar os dedos. Por causa de uma foto nossa eles mudaram de vida", comemora. Cinco anos depois, a imagem do jovem Gabriel ilustra capa do livro "Narrativas de um Correspondente de Rua", obra escrita por Konig e que concorre ao Prêmio Jabuti.

Depois de premiações e árduos trabalhos de investigação, Rosa realizou o sonho de cobrir a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. Nos campos europeus, atuou ao grandes fotógrafos do esporte, o que deu qualificação a sua carreira. Três anos depois e às vésperas de outra Copa do Mundo, o fotógrafo espera aprovação do jornal para cobrir a competição ou, quem sabe, outro fato que ajude a "ilustrar" a justiça social.

2 comentários:

Pedro Garcia Millan disse...

A MEDO PUNTO CAPICOLLO!

ALERTA!

La estafa automotriz mas grande en el territorio Mexicano…

Para MAS informacion pinche:

http://expoauto.blogspot.com/

Gracias

André Rodrigues disse...

Realmente, o cara é um excelente profissional e acima de tudo um ser humano fantástico. Seus olhos e lentes não tem a frieza técnica e mecanizada do hábito. Tornou-se repórter, faz seu trabalho com técnica e esemro, e ainda conseguiu ir além do simples registro fotográfico diário: ajudou uma pessoa a mudar de vida com sua fotografia. Rosa é uma referência na fotografia paranaense, um exemplo para novatos e para quem busca um motivo para fotografar que não seja o simples ato fotográfico. Parabéns e todo sucesso do mundo!!!!!
André Rodrigues