Conheci um grupo de pessoas, seres humanos, como eu, que nos dias que estive lá pensei, eles não podem ser humanos, são mais que isso. Seres que após 3 dias de luta e persistência se mantinham em pé, incansáveis guerreiros que não paravam 1 minuto sequer correndo alucinadamente para socorrer as vítimas dessa tragédia. Seres até desprovidos de um treinamento apropriado para a situação, mas que colocavam toda a raça, toda a vontade, a gana, a persistência para salvar pessoas desconhecidas que precisavam de ajuda. Vi arriscarem suas vidas, trabalhando muitas vezes instintivamente, porém, desconheciam o medo, agiam e rapidamente salvaram centenas de vidas. Estou falando dos guerreiros que trabalharam em Gaspar, dos bombeiros comunitários e militares. Cada depoimento que me falavam era emocionante, eu imaginava a situação. Muitos correram riscos que só depois eles perceberam.
O depoimento que mais mexeu comigo, foi quando um bombeiro comunitário me disse: “Estavamos socorrendo uma mulher, e foi difícil, eu já estava a 3 dias sem dormir, estava esgotado, e quando tiramos ela da água, eu não tinha mais forças, foi quando algumas pessoas começaram a aplaudir e agradecer pelo que fizemos… Eu não estou ganhando nada para estar aqui, e naquele momento, consegui energias de onde eu não tinha, e o que eu senti dentro de mim, nenhum dinheiro pode comprar, é algo indescritível…”
Acho que não precisa dizer mais nada, parabéns guerreiros, parabéns super homens e super mulheres que salvaram tantas vidas, foi uma honra ter estado ao lado de vocês, e no meio de uma tragédia tão grande ter presenciado esse momento."
de João Carlos Frigério
2 comentários:
Gostei... Parabéns pelo trabalho João
Carlos Henrique
É de conhecimento geral a tragédia ocorrida em Santa Catarina, nas regiões de Florianópolis, Itajaí e Litoral Norte do estado, que foram massacradas pelas chuvas, contabilizando centenas de mortos e milhares de desabrigados. Após o drama inicial, houve um levante de boa vontade e solidariedade do povo brasileiro em prol dos irmãos catarinenses com a arrecadação de toneladas de alimentos, roupas, remédios, etc. Mesmo diante de novas previsões de chuva, que fogem ao alcance da ação humana, fica a imagem do otimismo, solidariedade, a vontade de ajudar, a união, o desejo de reconstruir. E é aqui que se deve encaixar o bordão ‘brasileiro não tem preguiça’, ‘esse é o verdadeiro jeitinho brasileiro’, o jeitinho da cooperação, da pluralidade, do orgulho nacional e individual, da verdadeira fé racional em busca de novos caminhos e de um país diferente e melhor. Esse, com certeza, é o brasileiro que realmente existe em cada um que está aí na experiência vivida por Carlos. É a imagem que deve ser mostrada. E mesmo que venha a tempestade, a solidariedade, a unidade e a força prevalecerão; reconstruiremos tudo. E o sol vai brilhar.
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